História da Computação em Nuvem

Imagine voltar no tempo para os primeiros dias da informática. As empresas que precisavam de processamento de dados tinham de investir fortunas em grandes computadores, chamados mainframes. Eram máquinas enormes, ocupavam salas inteiras e consumiam muita energia. Apenas grandes organizações, como bancos, governos e as grandes universidades, conseguiam pagar por isso.

Agora, vamos supor que você pretende usar um destes computadores. Não podia simplesmente comprar um era caríssimo. Então, nasceu um conceito chamado time-sharing (partilha de tempo). Ele permitia que vários utilizadores acedessem ao mesmo computador central através de terminais, cada um usando um “pedaço” do tempo da máquina. Essa ideia, que surgiu nos anos 1960, é considerada a semente do que hoje chamamos computação em nuvem ou seja usar recursos de forma partilhada.

O desenvolvimento nos anos 70 e 80

Nos anos 1970, surgiram as primeiras redes e sistemas que permitiam comunicação entre computadores. E nos anos 1980, com a popularização dos computadores pessoais, as empresas começaram a montar os seus próprios servidores internos. Mas havia um problema:
  • Custo: comprar servidores, sistemas operativos e aplicações era caro.
  • Manutenção: era preciso uma equipa técnica para manter tudo a funcionar
Ainda assim, não existia internet como conhecemos. Tudo ainda era local.

A chegada da Internet anos 90

Com a chegada da internet comercial (isto porque a internet era reservada para os militares) nos anos 1990, tudo mudou. As empresas começaram a disponibilizar serviços online. Primeiro, vieram os sites, depois as lojas virtuais, e logo os primeiros serviços baseados na web.

Um exemplo simples: o e-mail. Antes, para ter e-mail, uma empresa precisava de um servidor próprio, configurado e mantido por técnicos. Quando surgiram serviços como Hotmail e Gmail, o e-mail passou a ser “alojado” nos servidores de outra empresa, acessível pela internet. Isto foi um marco inicial do conceito de SaaS (Software as a Service).

Anos 2000 tudo começa a mudar

Nos anos 2000, as grandes empresas tecnológicas começaram a perceber que podiam vender capacidade de computação como um serviço. Em vez de cada empresa comprar servidores, podiam alugar poder computacional (recursos de um computador), armazenamento e software conforme a necessidade. Desta forma nasceu a computação em nuvem moderna, com a Amazon Web Services (AWS) lançando em 2006 o seu primeiro serviço de nuvem, a Google e Microsoft seguiram com as suas próprias plataformas (Google Cloud e Azure).

A ideia era simples, mas revolucionária:
Em vez de comprar servidores caros e mantê-los 24h por dia, você podia pagar apenas pelo que usa, como acontece com a conta da energia ou água.

Actualmente, a computação em nuvem está presente em quase tudo o que usamos:
  • Quando você vê filmes na Netflix, está a usar serviços hospedados na nuvem da AWS.
  • Quando guarda ficheiros no Google Drive, está a usar armazenamento em nuvem da Google.
  • Quando escreve documentos no Google Docs, está a usar SaaS, outro serviço da Google.

Porquê tanta adesão?

  • Custo reduzido: não precisa de comprar nem manter servidores.
  • Escalabilidade: aumenta ou diminui recursos conforme a necessidade.
  • Fiabilidade: fornecedores garantem segurança, backups e redundância.
A computação em nuvem nasceu de uma ideia simples nos anos 60 que era de partilhar recursos caros e evoluiu para um modelo global que hoje suporta empresas, aplicações e até a nossa vida digital.
O que antes era um sonho futurista, hoje está no nosso dia-a-dia, mesmo sem nos darmos conta.


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